Folha, Istoé e Alexandre Garcia estão nus

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A matéria da Folha na qual o jornal afirma que Lula foi beneficiado por uma empreiteira na reforma de uma piscina foi desmascarada.

Inicialmente circulou a notícia de que a obra foi  “na piscina de Lula”. Tentaram formar marotamente a opinião pública no sentido de que a obra foi feita no tal sítio “de Lula” em Atibaia, já desmentido.  Depois descobriu-se que a piscina é do Palácio da Alvorada, portanto, um edifício público.

Os repórteres Pedro Dias Leite e Eduardo Escolese, da própria Folha,  fizeram matéria, em 07/04/2006, com o título “Lula reabre Alvorada e sugere nova reforma” que trata da reforma da piscina. Uma contradição espantosa do jornal. Esse foi o mico do final da semana.

Alexandre Garcia foi desmentido por ele mesmo. Ele mentiu na TV ao dizer que Lula era proprietário de uma mansão em Punta Del Este e se retratou recentemente para não levar um processo.

A revista Istoé saiu com uma de que Lula recebeu 1 milhão de reais de uma empreiteira,  em dinheiro vivo. Como é possível estampar uma afirmação dessa, na capa da revista, sem nenhuma prova?

Na mesma linha, eu poderia estampar, no meu Blog, que os repórteres de Istoé Débora Bergamasco, Mário Simas Filho e Sérgio Padellas, receberam  1 milhão de reais para fazer matéria  de capa envolvendo o ex-presidente Lula em escândalos de propinas de empreiteiras?

Diferentemente, a denúncia de que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, recebeu em contas de bancos na Suíça  23 milhões de reais, é dinheiro na conta. Portanto, prova material.

Michel Temer também é acusado de ter recebido cheque da empreiteira Andrade Gutierrez, no valor de 1 milhão de reais. Outra prova material.

No entanto, esses dois casos foram misturados no turbilhão do noticiário que desaparece todos os dias no túnel do tempo.

Aliás, as denúncias contra Lula mais parecem uma cortina de fumaça para esconder as de Temer e Serra.

O editor da revista e os repórteres, se não viram ainda, deveriam ver o filme Spotlight, para, pelo menos, terem uma aula de como se faz jornalismo.

No filme, repórteres e editor tinham vários indícios de casos de pedofilia envolvendo clérigos da igreja católica nos Estados Unidos, mas o jornal não publicou matéria porque não tinha prova. Passaram seis anos investigando até chegarem às provas. Só depois das provas incontestes a matéria foi publicada.

Aqui, jornalistas sem ética e sem escrúpulos metem manchetes garrafais e textos ficcionais a torto e a direito com informações falsas sobre a vida de pessoas e, na maioria das vezes, fica por isso mesmo. Ainda bem que Lula processou a Istoé e a Folha.

Salvo as devidas excessões, esse é o “jornalismo” que os brasileiros têm todos os dias nas telas, no rádio e no papel. Uma barbárie.

Será que os fatos concretos à luz do dia não bastam? É preciso inventar e trapacear o leitor, o ouvinte ou o telespectador? Isso é corrupção.

Quando é que teremos um jornalismo feito somente por pessoas éticas, honestas, responsáveis, comprometidas com a democracia e com a civilização da sociedade, para que possamos construir um país melhor, um mundo melhor?

O jornalismo é um serviço público tão importante quanto a educação. Por isso devemos lutar para que seja exercido com base nos valores da democracia com  respeito aos direitos humanos.

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