A mentira é uma droga pesada
A direita rachou em São Paulo. Tarcísio não quer Bolsonaro fazendo campanha no seu terreiro. Ele-se tornou um incômodo. A direita já usou Bolsonaro e o colocou na zona de descarte. Já tem outro em seu lugar.
Inelegível e com sua carga de processos, ficou muito pesado para ser carregado. Está se transformando num Collor, destino dos populistas forjados atrás das câmeras e usados pela elite financeira e patrimonial.
Os inquéritos estão sendo finalizados na Procuradoria-Geral da República e no Supremo Tribunal Federal com todo o rigor da lei. A maratona dos julgamentos, que deve demorar dias, o apavora e ele já começou a sentir as primeiras sensações do abandono lento, gradual e definitivo. A ilusão do poder está se desfazendo. Isso é perceptível nas imagens dele na mídia.
O ministro Alexandre de Moraes e o procurador Paulo Gonet estão preparando uma peça histórica contra Bolsonaro, Braga Neto, Heleno e toda a malta que tramou a tentativa de golpe de 8 de janeiro. Certamente serão indiciados por uma robusta lista de crimes, iniciada nas investigações das fake news, passando pela campanha contra as urnas eletrônicas e finalizando com a tentativa de golpe.
Pela primeira vez na história do Brasil, militares de alta patente vão ser punidos exemplarmente. A Constituição, as leis e os regulamentos que regem as Forças Armadas são claros como a luz do dia, são bases jurídicas sólidas para condenações. Os quatro coronéis e outros militares, que assinaram a “carta do golpe”, por exemplo, mais outros que estão sendo investigados num inquérito aberto pelas Forças Armadas, também deverão ser punidos com todo o rigor da lei.
Uma nuvem carregada de processos paira sobre Bolsonaro e seus comparsas. Os governadores Romeu Zema e Ronaldo Caiado, aspirantes a candidatos à Presidência da República, também não fizeram questão da presença de Bolsonaro nas campanhas eleitorais de seus estados.
Pablo Marçal, o Javier Milei da campanha eleitoral paulistana, estreou na cena política desarrumando o cenário com suas pantomimas. Porém, suas lacrações surradas, manjadas, suas fake news, a falsificação de documento contra Guilherme Boulos, foram vistas com desconfiança pela grande maioria dos eleitores, que o alijou do segundo turno das eleições em São Paulo.
A tentativa de monopolizar as atenções o isolou. Foi desmascarado pela verdade dos fatos. As feições dele, capturadas pelas câmeras, revelou seu estado de espanto, de saber que perdeu por erro de estratégia e de métodos que não enganam mais. Acuado, sentiu o peso dos erros. Ele chegou atrasado no espetáculo dos algoritmos. Suas pantomimas já não fazem mais graça. Olhem para Javier Milei e para Jair Bolsonaro. Estão murchando. Fim de festa. A onda das fake news começou a curvar a crista. A mentira é uma droga pesada!