Depois da concessão do Parque da Água Mineral podem querer engarrafar e vender a água

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O parque da Água Mineral, aquelas belas piscinas de águas cristalinas cercadas de matas galerias e animais, bastante conhecidas pelos habitantes de Brasília, muitos deles desde criança, está sendo entregue para exploração comercial.

O ministro do Meio Ambiente, de Temer, Deputado Sarney Filho, divulgou edital de concessão do Parque Nacional de Brasília, nossa Água Mineral.

Um bem público, uma reserva ambiental riquíssima a ser concedida a um empresário qualquer para exploração comercial pelo prazo de 20 anos. Outros parques nacionais também estão sendo entregues nas mesmas condições.

 

O papo é o mesmo, a gramática, a mesma, “entregar porque o que é público não presta e porque a iniciativa privada é eficiente”.

 

Por que não selecionam e treinam servidores públicos cidadãos para que sejam conscientes de que são servidores da sociedade cuidadores dos bens públicos?

 

Porque querem explorar o mercado de serviços públicos com terceirizações e concessões. Querem ganhar dinheiro.

A concessão do Parque Nacional de Brasília parte de uma premissa equivocada, a de que o Parque é uma mercadoria e por isso deve dar lucro para atender as pretensões empresariais.

Não leva em consideração que a Água Mineral é um ambiente de lazer e de saúde preventiva de pessoas de todas as idades e classes sociais. A Água Mineral é democrática e faz muito bem ao povo de Brasília. A Água Mineral é nossa.

 

O perigo da concessão é o próximo passo no processo de privatização. Daqui a 20 anos muita coisa pode acontecer. O Congresso pode aprovar uma lei de concessão da exploração da água, para que empresas possam engarrafar a água e vender, e aí, adeus Água Mineral. 

Nossa Água Mineral é uma reserva com água limpíssima, potável, flora e fauna riquíssimas, com onças, lobos guará, antas, pacas, capivaras, mutuns, veados, tamanduás, saguis, macacos, queixadas, tatus canastra, papagaios, araras, e muitas outras espécies de animais e aves que se reproduzem em condições ambientais tranquilas.

A exploração comercial deve ampliar as construções com novas lanchonetes, restaurantes, passeios ciclísticos pelas trilhas e outras atividades rentáveis com impactos ambientais imprevisíveis para a flora e a fauna.

Tudo indica que a nossa Água Mineral será adaptada para atender ao turismo em Brasília e pessoas de classe média alta das proximidades do Parque, a chamada “gente diferenciada”, com a venda de ingressos a preços seletivos. Caso isso aconteça, as pessoas de rendas modestas terão dificuldade de acesso.

Sarney Filho, quando foi ministro do Meio Ambiente do governo Fernando Henrique Cardoso, tentou fazer a concessão do Parque Nacional de Brasília, mas recuou diante da pressão dos frequentadores e dos movimentos ambientalistas.

 

Na mesma época, o então deputado Luiz Estevão, presidente da Câmara Distrital, atualmente preso por corrupção, tentou passar o Parque para o Distrito Federal. Ele tinha outros interesses, que não interesse público.

 

Fizemos um abraço na piscina, ganhamos a opinião pública, recuaram.

 

Está na hora de mobilizarmos para fazer outro grande abraço na  piscina da Água Mineral em defesa do Parque Nacional de Brasília.

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