DataFolha diz que cresce apoio a ideias de esquerda

18-03-2016 Avenida Paulista

Pois é, pesquisa Datafolha diz que cresceu apoio da população a ideias da esquerda e que, por incrível que pareça, refluiu o conservadorismo.

Imagino que, o que aconteceu recentemente foi o fato das candidaturas de Serra, em 2010, Aécio, em 2014, e o golpe de Estado, terem trazido a extrema direita para a cena política. O conservadorismo ganhou voz, ocupou espaço, e faz muito barulho na internet, mas nada que ameace o humanismo e a luta por uma sociedade solidária.

Na comparação com o levantamento anterior, feito em setembro de 2014, nota-se uma maior sensibilização do brasileiro a questões que envolvem a igualdade, possível reflexo da crise econômica e do alto desemprego que atingem o Brasil nos últimos anos.

Subiu, por exemplo, de 58% para 77% a parcela que acredita que a pobreza está relacionada à falta de oportunidades iguais para todos.

Já a que crê que a pobreza é fruto da preguiça para trabalhar caiu de 37% para 21%.

No mesmo campo de ideias, cresceram a tolerância à homossexualidade (64% para 74%), a aceitação de migrantes pobres (63% para 70%) e a rejeição à pena de morte (52% para 55%).

A maioria quer pagar menos impostos (51%) e depender menos do governo (54%), posições comumente associadas à direita.

Contudo considera que o Estado deve ser o principal responsável por fazer a economia crescer (76%).

A alta nas opiniões de viés mais progressista reverteu a vantagem, constatada em 2014, da direita sobre a esquerda.

Os dois grupos voltam agora ao empate técnico. No somatório, direita e centro-direita representam 40% da população.

Na pesquisa anterior eram 45%. Já a soma de esquerda e centro-esquerda aumentou de 35% para os atuais 41%. O centro manteve-se com 20%.

Essa pesquisa mostra a força dos movimentos organizados que se expandiu nos governos Lula e Dilma com a inclusão social e a consciência de direitos.

Com o derretimento do golpe, a tendência é avançar ainda mais.

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