“Pacote veneno” pode vir a ser moeda de compra da permanência de Temer

Agrotóxicos

Quando sentar-se à mesa para as refeições, lembre-se de que Temer em parceria com a “bancada ruralista” estão em vias de aprovar,  no Congresso, o “pacote veneno”.

Trata-se de um conjunto de 17 projetos de lei, todos apensados ao PL 6.299/2002, do senador e ministro da Agricultura Blairo Maggi, que libera o uso de uma quantidade enorme de agrotóxicos para uso na agricultura, entre eles o glufosato.

A liberação dos agrotóxicos pode ser uma das moedas de compra dos votos da “bancada ruralista”, para a permanência de Temer no poder.

O jornal O Estado de São Paulo noticiou que o ministro Blairo Maggi teria chamado o sindicato das indústrias de agroquímicos para auxiliar na elaboração de uma Medida Provisória que contemple todos os assuntos do “pacote veneno”, para liberação dos agrotóxicos.

O governo quer também mexer nos rótulos de embalagens para retirar a obrigatoriedade de publicar informações ao consumidor de certas substâncias nos alimentos.

Quer substituir a palavra “agrotóxico” por “fitossanitários”, cria a Comissão Técnica Nacional de Fitossanitários (CTNFito), no âmbito do Ministério da Agricultura e exclui o IBAMA e a ANVISA do processo de aprovação de novos agroquímicos.

O Brasil, como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, corre risco de tornar-se o maior destino de agrotóxicos banidos em países europeus como a França.

O glufosato, cujo uso na agricultura é motivo de  conflito internacional entre organismos internacionais de proteção à saúde e produtores, é aquele agrotóxico o qual pesquisas acadêmicas recentes constataram provocar autismo, Parkinson, Alzheimer, anencefalia, câncer e doenças degenerativas do sistema nervoso.

Os governos Lula e Dilma resistiram enquanto puderam à liberação dos agrotóxicos banidos, entre eles o glufosato.

Esse era um dos principais focos de tensão entre os governos petistas e a bancada ruralista.

Por essas e outras, a bancada ruralista foi a principal articuladora e fiadora do golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma.

Quando sentar-se à mesa, lembre-se disso.

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