De 171 para 171. Um voto pura gangue!

O deputado Celso Jacob, do PMDB/RJ, que cumpre pena de 7 anos de prisão, na Papuda, deu voto número 171 contra pedido de autorização do STF para que Michel Temer seja processado.
 
O deputado deixa o presídio todos os dias de manhã para ir à Câmara exercer o mandato. Tem vida parlamentar normal durante o dia e à noite dorme no presídio. Cumpre pena em liberdade.
 
Dos 263 votos que Temer obteve para se livrar do processo do Supremo Tribunal Federal, 110 são de parlamentares que estão pendurados em processados na justiça.
 
O malandro Celso Jacob foi condenado por ter decretado estado de emergência, quando era prefeito da cidade de Três Rios, no Rio de Janeiro, a fim de contratar uma empresa de um amigo dele para construir uma creche. Falsificou documentos e praticou outras barbaridades.
 
Muitas pessoas perguntam por que o deputado condenado e preso ainda exerce o mandato. É que o judiciário não cassa mandato de parlamentar. Só a Câmara ou o Senado, se deputado ou se senado.
 
O Legislativo é o poder mais soberano da República, devido ao vínculo com o povo pelo voto direto. E também em razão da autonomia entre os poderes garantida pela Constituição.
 
Por isso um parlamentar condenado continua exercendo o mandato. A Câmara já devia ter cassado o deputado Celso Jacob por falta de decoro parlamentar, mas o Congresso está tão decadente que os parlamentares estão se protegendo.
 
Olha o caso Aécio Neves. O STF devia ter mandato prendê-lo. Tem em mãos provas robustas de crimes em flagrante delito e obstrução da justiça. Nestes casos a Constituição é clara, cabe prisão.
 
Por sua vez, o Senado devia ter cassado o mandato dele. Mas o parlamentares da base de Temer protegem todos os malandros que votaram pela deposição da Dilma.
 
O voto do deputado Celso Jacob para proteger Temer foi uma ação entre comparsas. De 171 para 171. Um voto pura gangue!

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