Deus não é mais brasileiro


 

 

 

Deus, que era brasileiro, foi embora do Brasil logo depois daquele sete a um da Alemanha, na Copa do Mundo, em 2014. Jogou a toalha!

 

Viu que o Diabo conseguira colocar camisas da CBF, uma das organizações mais corruptas do futebol, numa massa gigantesca de pessoas para xingar a Presidenta Dilma Rousseff, com os mais baixos impropérios já ditos nos estádios, diante de uma das maiores delegações de chefes de Estado reunidas no mundo. Deus deve ter desaparecido de vergonha e pedido nacionalidade a outro país. Não se sabe até hoje qual.

 

Desde então, o “Encardido” transferiu o gabinete do inferno para Brasília Montou uma oficina de falsificação de processos em Curitiba, com um gerente, uma equipe de auxiliares e um escritório para breves despachos em Porto Alegre, com office boys obedientes, para alegria da legião da gente de rabo e chifres, que o venera.

 

Espalhou “Encardidos” e “Sete Peles” por toda mídia infernal, judiciário, Ministério Público, Congresso Nacional e nas redes sociais.

 

Botou uniformes de guerra na Polícia Federal, para impressionar, prender pessoas, em cenas terroristas, tudo combinado com as TVs, igualzinho acontece nos filmes enlatados dos Estados Unidos.

 

Entrou na mente da gente mais vulnerável, a que se veste com camisas da CBF, mandou para as ruas berrar contra o governo, eivada de ódio, até escorrer um líquido verde e amarelo nos cantos da boca. Isso para derrubar a presidenta Dilma e levar o Brasil às trevas, ao desastre político, econômico e social.

 

Uma das cenas que mais orgulhou Lúcifer foi ver aquela gente de camisa amarela carregando faixas e gritando ” Somos todos Cunha!” “Somos todos Cunha!”. Na época, o deputado Eduardo Cunha era presidente da Câmara dos Deputados e havia acatado o pedido de impeachment da presidenta Dilma. Ele passou a ser o bandido preferido da gente de camisas amarelas e de Lúcifer, por ser um dos corruptos mais ardilosos, aliado de outros corruptos, como o vice-presidente Michel Temer, e do candidato derrotado Aécio Neves, articuladores do golpe de Estado.

 

E depois, mandou o comando do movimento, liderado pelo MBL (Movimento Brasil Livre), Vem pra Rua, Revoltados Online, a cúpula do PSDB com Aécio Neves à frente, do PMDB, de Michel Temer, se reunir com Eduardo Cunha, posar para fotos e gritar para as câmeras e microfones da imprensa: “Fora Dilma!”,  “Fora Dilma!”.  Lúcifer guarda esse momento como um dos mais preciosos do trabalho que ele vem fazendo no Brasil.

 

Tudo indica que Deus, depois do sete a um, no Mineirão, em Belo Horizonte, entrou para a clandestinidade. Como última missão, comandou a campanha de 2014 e ajudou o povo a eleger a presidenta Dilma.

 

Apesar da imensa legião de demônios contra ela, tramando o que havia de mais sórdido na campanha eleitoral, Aécio Neves foi derrotado.

 

Lúcifer virou o diabo. Aécio, também. Chamou Aécio num canto e disse:

 

– Correligionário, isso não pode ficar assim. Chame nossos mais graduados da legião de demônios, Eduardo Cunha e Michel Temer, para uma conversa. Precisamos conspirar. Vou instalar uma sucursal do inferno na Praça dos Três Poderes.

 

Depois vá, Aécio, diga logo, antes que esfrie o clima das eleições, que o resultado foi uma fraude eleitoral. Peça recontagem dos votos, mesmo que os votos sejam eletrônicos.  Mantenha o fogo aceso. Enquanto isso, a gente tabela com nossa oficina de Curitiba, com Sérgio Moro, com Deltran Dallagnol, meus demônios preferidos, no Ministério Público, na Polícia Federal, com o Supremo Tribunal Federal, com tudo, com as TVs, principalmente com a Rede Globo, nossa porta-voz  oficial do inferno.

 

Sabe o Augusto Nardes, aquele que vocês indicaram para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU)? Ele agora é Presidente do Tribunal. Está muito fácil tirar esse pessoal da divindade do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios. Ele e mais outros seis ministros, dos onze, do TCU, são investigados por corrupção. São todos nossos, gente como a gente.

 

De uma hora para outra, uma trama diabólica enredou o Palácio do Jaburu, morada de Temer, Congresso Nacional, Tribunal de Contas da União, Supremo Tribunal Federal, Procuradoria-Geral da República, Justiça Federal de Curitiba, com  nosso talentoso Demônio, juiz Sérgio Moro, todos passaram a produzir espetáculos diários com prisões, acusações, enchendo dia e noite as telas das TVs, do celular, rádios, jornais, revistas, tudo muito bem novelizado como nunca se viu. A novelização da notícia e dos espetáculos das prisões, com requinte infernal, entraram na mente do povo como Lúcifer queria.

 

Os “sete peles” do TCU, com Augusto Nardes no comando, combinados com os “encardidos do Congresso”, Aécio Neves, Eduardo Cunha, mais o vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, com a diabólica assessoria do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, bolaram as tais “pedaladas fiscais”. Inflaram as mentiras como balões e amarraram no céu azul do Brasil, do Norte ao Sul, do Leste a Oeste. Em qualquer balcão que se encostava para tomar um café, uma cerveja, lá vinha um “especialista” em “pedaladas fiscais” repetir tudo que a mídia lhe havia dito.  E formou-se um consenso de que a presidenta Dilma era uma criminosa e que devia ser derrubada.

 

Os repórteres de plantão, da mídia senhorial, juntamente com os comentaristas das TVs e das redes sociais criadas para o golpe, se encarregaram de tornar crime uma medida corriqueira de manejo de recursos do tesouro, do orçamento. Acusaram a presidenta Dilma de praticar Crime de Responsabilidade – uma coisa inventada do nada – levaram ela ao Senado da República e forjaram o impeachment. Obra-prima de demônios altamente graduados, aprovada com louvor, por Lúcifer.

 

Lúcifer, no trono da sucursal do inferno, em Brasília, às gargalhadas, comandou Temer, Cunha, Aécio, Gilmar, Janot, Moro, seus mais confiáveis encardidos.

 

Deus percebeu que Lúcifer não estava sozinho. Havia demônios mais graduados do que os brasileiros por trás daquilo tudo. Os Estados Unidos haviam montado uma base de operação bastante sofisticada lá e aqui, que operava sincronizada, afinada com os comandos de Lúcifer.

 

Conseguiram penetrar na mente da maioria da população e instalar o ódio na grande maioria da classe média, até na dos pobres beneficiados pelas políticas públicas dos governos Lula e Dilma. Fez com que uma imensa parte da população passasse a odiar o Partido dos Trabalhadores, como fizeram com os judeus na Alemanha de Hitler.

 

Diante de tamanha ingratidão e manipulação, Deus deve ter se cansado de defender os pobres do país, da exploração dos cruéis patrões, e da classe média, que vive o dilema de querer ser rica e ao mesmo tempo morre de medo de cair na vala dos miseráveis.

 

Deus não é mais brasileiro. Agora Lúcifer é brasileiro. Comanda Moro, Dallagnol, as castas de servidores públicos, com exceções, claro, como a do judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e outros policiais, do Legislativo, das Forças Armadas, enfim, gente que trabalha para defender a ordem capitalista de exploração dos trabalhadores – que é quem gera a riqueza – o patrimônio, os privilégios dos ricos, perseguem e reprimem os de baixo.

 

Protegem Temer, Aécio, José Serra, Eliseu Padilha, Moreira Franco, e muitos outros corruptos. Aécio Neves é o representante de todos os corruptos golpistas, o mais querido de Lúcifer, por ser o malandro agulha, ungido pelo judiciário, pelo Ministério Público, pela Polícia Federal. Nada acontece com ele. Ele é protegido por Lúcifer.

 

Temer conseguiu na Câmara que os “encardidos” não permitissem que ele fosse processado; nomeou a procuradora Raquel Dodge para chefiar a Procuradoria-Geral da República, por sugestão do Ministro do STF, Gilmar Mendes, e trocou o diretor da Polícia Federal, nomeou o delegado Fernando Segóvia, emplacado pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, investigado por corrupção.

 

Lúcifer mandou o “encardido” Romero Jucá avisar a todo mundo que todos os golpistasestavam salvos, com o Supremo, com tudo.

 

Depois de derrubar a presidenta Dilma e proteger os seus comandados – Michel Temer, Eduardo Cunha, Aécio Neves, Renan Calheiros, deputados e senadores, Carmem Lúcia, Gilmar Mendes, Rodrigo Janot, Sérgio Moro, procuradores, policiais, juízes, repórteres, comentaristas, editores, diabinhos das redes sociais – Lúcifer partiu para cima do ex-Presidente Lula. Infernizou a vida dele orientando os seus nas sentenças do judiciário e conseguiu prendê-lo com um processo forjado, acusado de corrupção sem nenhuma prova, para que ele não fosse candidato à presidência da República, em 2018.

 

O Sete Peles tem predileção pelo juiz Sérgio Moro e pelo procurador Deltan Dallagnol, um evangélico em plena contradição com a justiça pregada por Jesus Cristo. Ele gosta mais do procurador do que de Moro, por ele estar conseguindo enfiar no direito brasileiro a “teoria do domínio do fato”, uma invenção para justificar a prisão do ex-presidente Lula, uma das injustiças mais cruéis da doutrina diabólica, que não existe em nenhum país do mundo. Uma pérola dos perversos cânones do inferno.

 

Às vezes, Moro demonstra certo ciúme de Dallagnol, mas Lúcifer sabe lidar com os sentimentos dos seus e compensa o juiz lhe dando inspiração como, por exemplo, a determinação da condução coercitiva do ex-presidente Lula pela Polícia Federal; a sentença de nove anos e seis meses de prisão; e a “luz” (Lúcifer vem de luz) para os desembargadores Paulsen, Laus e Gebran, três novas revelações do inferno, colocadas por Lúcifer no Tribunal Federal de Recursos da Quarta Região (TFR-4), em Porto Alegre, para referendarem a sentença do Juiz Sérgio Moro e ainda aumentar a pena de prisão do ex-presidente Lula. Eles são as injustiças em pessoas. Por isso a consideração e o respeito de Lúcifer por eles.

 

Terminado o trabalho em Brasília, ou seja, a ex-presidenta Dilma derrubada, Lúcifer pediu para transferir a sucursal do inferno em Curitiba. Queria comandar a Operação Lava-Jato de perto. Passou a comandar a oficina do diabo em Curitiba, o escritório de breves despachos, em Porto Alegre, e manter lenha na fogueira para tentar incinerar a biografia do ex-presidente Lula e tentar impedir a candidatura dele à Presidência da República.

 

Enquanto isso, nos bastidores de Brasília os lobbies de bancos, petroleiras estrangeiras, mineradoras, agrobusiness, fazem a festa.

 

Com as ações de sua legião, Lúcifer vai ao delírio.

 

Para ele, Lula é a última herança de Deus na política brasileira, que deve ser banida. Ele e seus comandados estão com todas as forças do inferno para destruir o ex-presidente Lula. Junto com Sérgio Moro, ligaram a máquina de lawfare e partiram para o massacre, combinados, claro, com os Sete Peles da imprensa formados para o golpe. Não se contentaram com a prisão de Lula, era preciso liquidá-lo de vez. Nesse calvário diário, Lula ainda teve que suportar a dor das perdas de Dona Marisa, o irmão Vavá e o neto Arthur e a perversidade de Sérgio Moro.

 

 

Mas eis que surge na planície política uma situação que Lúcifer desconfiou ser uma ação de Deus: mesmo preso, Lula lidera as pesquisas para sucessão presidencial, ao lado de Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e um desconhecido Jair Bolsonaro.  Lúcifer rangeu os dentes a noite inteira, mas, aquele novato que fazia gestos imitando armas, um tenente expulso do exército por tentar explodir com bombas o gasoduto do Rio de Janeiro, encheu seus olhos raio X. Bolsonaro ostentava não só o jeito de demônio que tem obsessão com a morte, mas de um ser ungido pelas trevas.

 

Lúcifer não teve mais dúvida, encontrara o anti-cristo,  do apocalipse, previsto na Bíblia.

 

Imediatamente montou uma operação para barrar a candidatura de Lula à presidência da República com o Supremo com tudo. E conseguiu. Transferiu novamente a sucursal do inferno para Brasília e passou a comandar a candidatura de Bolsonaro. Não lhe faltou criatividade diabólica. Morte, armas, ódio, foram o combustível da campanha. O eleitorado berrava isso com líquido verde e amarelo escorrendo pelos cantos da boca. Eleito, instalou-se o desastre no país. O governo, a cara do inferno. Todo tipo de perversidade foi exposta.

 

 

E, para a alegria de toda a legião de Sete Peles, chega a pandemia de Coronavírus. Era o que faltava para o gozo de todos os demônios. Bolsonaro e Lúcifer vão ao delírio, vivem às gargalhadas com a falta de UTI’s, as pessoas morrendo sem respiradores, sem remédios, agora com falta de médicos, de profissionais de saúde e de vacinas. As imagens de sepulturas abertas nos cemitérios enchem os olhos vermelhos de Lúcifer e Bolsonaro. Nesse momento, eles se entreolham.

 

 

Lúcifer está encantado com a capacidade que tem Bolsonaro de sabotar todas as iniciativas da ciência, dos médicos e outros profissionais de saúde, que estão na linha de frente para salvar vidas. Para completar, a crise econômica se agrava. Filas imensas tomam ruas inteiras nas grandes cidades do país, de pessoas a espera de uma marmita de comida doada por  grupos de ajuda humanitária.

 

 

Mas enquanto vivem o reino da tragédia, Deus começa a dar sinais de que voltou e está clandestinamente por aqui.  O STF, que fez parte do golpe, deu sustentação a Temer, bloqueou a candidatura de Lula, deu respaldo à candidatura de Bolsonaro,  e protege corruptos golpistas como Aécio Neves, recentemente pegou demônios de surpresa. Anulou todos os processos forjados no escritório do inferno de Curitiba. Lúcifer e Bolsonaro levaram um susto que quase caíram dos tronos. Não foi um sinal da presença de Deus, mas um terremoto na planície política.

 

O pânico tomou conta da Esplanada. Deus pode surgir de repente num raio de luz e abrir um clarão nas trevas de Brasília.

 

Ele pode estar com toda sua legião de anjos, com suas espadas da justiça em punho, com todas suas forças do bem, descer do céu azul de Brasília e dizer.

 

– Aqui estou!

 

Sou brasileiro!

 

Fora Lúcifer!

 

Fora Bolsonaro!

 

 

 

 

 

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