Gordon Willis: “o príncipe das trevas”

 

 

 

 

 

Por Luiz Clementino

(fotógrafo)

 

Gordon Willis, fotógrafo norte americano, assinou o excepcional trabalho visual na trilogia de O Poderoso Chefão, do cineasta Francis Ford Coppola, e de outros projetos cinematográficos grandiosos.

 

Utilizando condições de iluminação extremamente escuras, dramatizando ainda mais os personagens em closes e planos abertos, Gordon Willis mostrou toda a cruel saga da familia Corleone na América.

 

Em grandes sequências, é mostrado desde a chegada do garoto Vito Corleone na América, os emigrantes olhando atônitos a Estátua da Liberdade, as longas filas no serviço de emigração, a festa de arromba do casamento da filha do patriarca, ao cortejo religioso no bairro de Little Italy, de forma magistral.

 

Nas escadarias do teatro em Palermo, o impressionante grito entalado e angustiado de Michael Corleone, semelhante a um urro de leão ferido, ao ver a filha assassinada.

 

Nos planos abertos, a coisa é bucólica,  puro deleite, como a cena final da morte solitária do chefão, já senil, no formoso casarão de Don Tomazino, na Sicília, tendo apenas um cachorro como companhia, com fundo musical da ópera Cavalleria Rusticana.

 

 

 

Utilizando suaves filtros, tem-se poesia, um primor de trabalho fotográfico. Uma luz belíssima em flash-backs, que interrompem a narrativa com belas fusões de imagens na mudança de planos. Tudo isso num roteiro abrangendo três gerações em seis décadas.

 

Willis foi muito contestado na época pelos puristas, que alegavam não ver os olhos de Marlon Brando e Al Pacino. Porém, seu competente trabalho cooperou de maneira expressiva para que o projeto de Francis Coppola se tornasse um dos pontos alto da história do cinema universal.

 

 

Elenco impecável, figurinos, reconstituições de época perfeitas, trilha sonora inesquecível de Nino Rota (músico das trilhas dos filmes de Frederico Fellini), conduzida pelo maestro Carmine Coppola, tudo funcionado maravilhosamente.

 

 

Um espetáculo grandioso de fotografia.

Seus colegas o chamavam de Gordon Willis  “O príncipe das trevas”.

 

Confiram:
ENTREGANDO O CORPO do FILHO:
http://www.youtube.com/watch?v=GucEgOG8d5c

A MORTE DE MICHAEL CORLEONE:
https://www.youtube.com/watch?v=KupAgY18QDc

EXECUÇAO do MILICIANO:
https://www.youtube.com/watch?v=xyr2sn9uN_A

O GRITO COM A MORTE DA FILHA:
https://www.youtube.com/watch?v=QyaDlIirJnw

A FESTA DO CASAMENTO DA FILHA:
https://www.youtube.com/watch?v=C23vKWFAPJk&t=59s

TRAILER parte II:
https://www.youtube.com/watch?v=mESL4ojdH5A

PS – CONSTA NA INTERNET:
Gordon Willis (Queens, Nova York, 28 de maio de 1931 — Falmouth, Massachusetts, 18 de maio de 2014)[1] foi um diretor de fotografia estadunidense, mais conhecido por seu trabalho na trilogia O Poderoso Chefão, e também, pelos filmes de Woody Allen, Annie Hall e Manhattan.

Conhecido por sua propensão de fotografar em condições extremamente escuras, por isso, recebeu o apelido de “O Príncipe da Escuridão”, atribuído a ele por seu amigo, Conrad Hall.

Outra marca registrada de Gordon Willis é a preferência por filmar no horário mágico, pouco antes do crepúsculo do sol, quando o sol está fraco e cria um fulgor dourado. Willis criou o filtro de cor âmbar, para criar a sensação de imagem envelhecida, para a sequência do jovem Vito, em O Poderoso Chefão: Parte II – vários filmes posteriores, copiaram esta técnica cinematográfica, para demonstrar a época pré-Segunda Guerra Mundial.

Willis foi evitado pela academia por diversos anos, deixando de ganhar inúmeras indicações ao Óscar que tinham por este, outras interpretações.

Ele recebeu duas indicações, uma por sua inventiva recriação fotográfica dos anos 20 em Zelig de Woody Allen (1983) e um deles, por sua participação em O Poderoso Chefão: Parte III (1990).

 

 

Relacionados