O aumento salarial do judiciário, as filas do desemprego, dos ônibus e dos hospitais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os magistrados de punhos de renda e de sapatos Luiz XV, que acabam de aumentar os próprios salários em meio à grave crise econômica do país, parece que, ao passarem o portal de entrada dos tribunais para o exercício de suas funções públicas, se entorpecem de um visual do paraíso e vêem ao fundo um pote de ouro de onde podem tirar o que querem para satisfazer suas compulsões. Auxílio moradia, auxílio creche, e outros embolsos, são uma vergonha nacional. E o povo que se dane, é isso?

 

 

Talvez tomados por esse delírio monárquico de indiferença não estão se dando conta que há um ranger de dentes de cidadãos e cidadãs, de pessoas que sofrem nas filas dos hospitais, dos ônibus, do desemprego, nas grandes metrópoles brasileiras e no campo, por causa de tanta injustiça.

 

 

A história mostra que a desigualdade e a indiferença dos governantes um dia chegam ao limite. A pobreza extrema nas periferias um dia irá aos centros, onde se acumulam a riqueza no capitalismo, buscar o que lhe é de direito.

 

 

O cerco às castas dominantes de privilegiados que se formaram na sociedade brasileira pode ser tão grande que o país corre o risco de mergulhar num mar de sangue.

 

 

O Atlas da Violência 2018 registrou 62.517 mil homicídios em 2016. Um número 30 vezes maior do que a Europa.  Todos os anos desaparece uma população equivalente a uma cidade do tamanho de Mariana-MG.  Desse total, 71,5% são de pessoas negras ou pardas e 56,5% são de jovens de 15 a 19 anos.

 

 

Bem que o ministro Dias Toffoli, na sua gestão,  poderia enquadrar todo o judiciário na Constituição e nas leis do país. Ele deveria fazer isso em pareceria com a sociedade, respaldado por uma mobilização nacional pelo restabelecimento do estado de direito, do devido processo legal e da legalidade.

 

 

Com isso ele libertaria o judiciário da situação de refém dos magistrados fora da lei, faria uma proposta de reforma do judiciário com apoio da sociedade e entraria para a história, no mínimo como um legalista. Mas, para isso, tem que ser grande.

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