Renuncie, saia de fininho ou debaixo de vara

A invasão do Capitólio nos Estados Unidos deve impactar a política nacional e repercutir nas eleições dos presidentes da Câmara e do Senado.
A  pressão para que Bolsonaro renuncie abre caminho para o impeachment. Dependendo da evolução dos fatos, a situação de Bolsonaro pode chegar ao ponto dele ter que sair de fininho ou debaixo de vara, no jargão jurídico.
Jânio Quadros, um presidente tão incompetente e espalhafatoso quanto Bolsonaro ficou apenas sete meses no governo. Sentiu a própria incapacidade e renunciou, alegando que “forças ocultas” não o deixaram governar.
Bolsonaro  finalmente admitiu que o Brasil está quebrado. Ele sabe que quem quebrou foi ele e Paulo Guedes, por despreparo, fundamentalismo ideológico, falta de plano estratégico,  decisões erradas.
Logo no início da pandemia, Paulo Guedes destinou R$ 1.2 trilhão aos bancos,  alegando risco sistêmico, falta de liquidez e necessidade de financiamento da economia. Pois é, agora diz não ter recursos para comprar vacinas e seringa. Onde foi parar essa montanha de dinheiro?
Trump na presidência dos Estados Unidos e Bolsonaro no Brasil conseguiram elevar os dois países ao topo, no mundo, em número de mortos pela pandemia. Trump perdeu as eleições e Bolsonaro está perdido, produzindo vídeos para redes sociais.
Ir embora pra Miami, como fez o ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, depois do papelão dele no mensalão, pode ser o destino de Bolsonaro e família da “rachadinha”,  em vez de ficar aqui na fervura da política.
Sérgio Moro foi ganhar sua recompensa por trabalhos prestados. Deltran Dallagnoll alegou problemas familiares e também desapareceu nas montanhas do Paraná. O próximo pode ser Bolsonaro.
As patetadas como a de misturar-se com banhistas em Praia Grande, não cola mais. Servem apenas para seus encabrestados digitais que se alimentam de fake news.
A absoluta falta de controle da pandemia está matando gente do topo da pirâmide e isso começou a preocupar aqueles que o apoiaram para impedir a candidatura de Lula, a eleição de Fernando Haddad, e apostaram no Paulo Guedes como superministro..
A pandemia começou a fazer estragos no patrimônio empresarial. Muitos  estão desesperados a procura de uma saída. Conclusão: com Bolsonaro não dá para seguir viagem.
A fuga de capitais continua a todo vapor e não há plano para enfrentar a pandemia nem para a crise econômica.
A evolução dos fatos, nos próximos dias, vai determinar quem será o presidente da Câmara, do Senado. A lista de crimes é grande. Foram apresentados 56 pedidos de impeachment. Resta saber quem vai acatar um dos pedidos.
Até o momento o TSE, o STF e o Congresso foram coniventes com os desvios praticados por Bolsonaro. Evidentemente, para preservar-lo, mas o desgoverno ultrapassou todos os limites.

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