Lula estendeu a mão até aos seus algozes

A foto de Stalin, Roosevelt e Churchill, na Conferência de Yalta, no final da Segunda Guerra Mundial, ficou na história como demonstração das possibilidades de alianças, diante do inimigo comum.

“Se um dia Adolf Hitler viesse a invadir o inferno, eu faria algumas referências favoráveis ao diabo, no parlamento.” Winston Churchill

Depois de tudo que sofreu, Lula estende a mão, chama Fernando Henrique à responsabilidade de se engajar na tarefa maior de derrotar o fascismo. O mesmo ele tem feito com outras lideranças políticas, na formação da frente democrática para resgatar o Brasil das mãos do governo criminoso de Jair Bolsonaro. Lula é grande! Lula é líder!

O movimento é parecido com o da campanha “Diretas já”, quando foi criada a frente democrática, que restabeleceu os direitos políticos, convocou o Congresso Constituinte e deu ao país a Constituição de 1988, uma plataforma jurídica que garantiu as regras para a democracia política e para o avanço das lutas populares. Um movimento que se ergueu nas ruas, na luta contra a ditadura.

Lula foi deputado constituinte, junto com 15 deputados do PT. Em seguida candidato à presidência da República nas eleições diretas de 1989, apoiado pela Frente Brasil Popular, uma frente de partidos de esquerda, e foi para o segundo turno com Fernando Collor. Mário Covas, que foi candidato do recém fundado PSDB, apoiou Lula, junto com Leonel Brizola, que também foi candidato. Subiram no mesmo palanque para derrotar Collor. Fernando Henrique também apoiou Lula.

Collor era representante do conservadorismo, das forças políticas que apoiaram a ditadura, e do projeto econômico neoliberal, articulado pela primeira-ministra Margareth Thatcher, da Inglaterra, e pelo presidente Ronald Reagan, dos Estados Unidos.

Depois disso, o campo de centro-direita se consolidou e se tornou hegemônico até 2001, quando o PT decidiu ampliar as alianças até o centro, formando uma frente de centro-esquerda. Lula foi eleito e conseguiu liderar a coalizão, enquanto presidiu a República, por dois mandatos, cujo projeto o Estado foi posicionado como indutor do desenvolvimento sustentável, da inclusão social e de redução das desigualdades sociais e regionais.

Está previsto na Constituição de 1988 que o regime de governo, no Brasil, é presidencialista. Ou seja, a coalizão tornou-se imprescindível, pois nenhum presidente eleito governa sozinho. As alianças devem ser acordadas com base no programa de governo e registradas no Tribunal Superior Eleitoral. Na Constituição está definido, também, que quem deve cuidar dos desvios e da corrupção na estrutura do estado são a imprensa livre, que tem o dever de fiscalizar os governos, e os órgãos de fiscalização e controle: Congresso Nacional, Ministério Público, Polícia Federal, Tribunal de Contas da União, Controladoria Geral da União, enfim.

Lula encerrou seu segundo mandato, em 2010, com 87% de aprovação, pela população, segundo pesquisas de opinião. Depois do golpe que derrubou a presidenta Dilma, de ter sido preso injustamente, com base em processos forjados por Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, e de ter os processos anulados pelo Supremo Tribunal Federal, Lula ressurge como um furacão, catalisando forças políticas, estendendo a mão até a seus algozes, para resgatar o país das garras do fascismo

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