O golpe nas mãos do réu Eduardo Cunha
Impressionante a operação de setores da mídia para dar o golpe como fato consumado.
A situação está difícil é para a oposição que está longe de conseguir os votos para o impeachment na Câmara, sendo que ainda precisa passar pelo Senado. Além disso, o STF deve ser acionado para dizer se a Presidenta Dilma cometeu crime de responsabilidade ou não.
A tentativa de golpe no Brasil está deixando a imprensa internacional perplexa. O jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que junto com Edgar Snowden revelaram ao mundo espionagem do governo dos Estados Unidos em vários países, inclusive no Brasil, disse estar chocado com a imprensa brasileira.
Está em destaque no mundo o fato de o golpe ser uma articulação entre setores do Judiciário com a mídia e o Congresso Nacional, sem que a Presidenta Dilma tenha cometido nenhum crime de responsabilidade nem exista contra ela nenhuma acusação de envolvimento com corrupção, como afirma o New York Times.
E mais, está em destaque também o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, réu no STF, por crime de corrupção, prestes a ter o mandato cassado, ao mesmo tempo, no comando, junto com o vice-presidente Michel Temer, da tentativa de derrubada da Presidenta Dilma.
A imprensa brasileira virou notícia no noticiário internacional, nos últimos meses, por apoiar abertamente a estratégia da oposição para o golpe, com uma narrativa manipulada, tão sofisticada que conseguiu instalar o ódio nas pessoas contra Dilma, Lula e o PT, jogar parte da população contra o governo e levar às ruas centenas de milhares de pessoas para pedir o impeachment.
Porém, o golpe está perdendo apoio de uma parcela considerável das pessoas que foi às ruas, de boa fé, lutar contra a corrupção, e agora vê o golpe sendo comandado por Eduardo Cunha, o político mais odiado do Brasil, em pareceria com o vice Michel Temer, um conspirador.
Na movimentação de Temer e Cunha em Brasília, na busca de votos para a aprovação do impeatchment, surgiram rumores de que os dois articulam, por detrás das cortinas, um acordão para por fim às investigações e à Operação Lava Jato, caso o golpe se concretize, tendo em vista o elevado número de deputados e senadores denunciados.
Cunha escolheu domingo, às 14 horas, para iniciar a sessão destinada a votar o impeatchment ou não da Presidenta Dilma, a fim de promover um grande espetáculo midiático e constranger os parlamentares.
Cunha chamará cada um dos parlamentares diante de todas as câmeras e microfones dos meios de comunicação.
Fico a imaginar as pessoas, no aconchego dos seus lares, vendo um réu de alta periculosidade presidindo a sessão, sentado na cadeira da Presidência da Câmara, chamando cada um dos 513 parlamentares para anunciar o seu voto. As pessoas de bom senso seguramente perceberão que há algo de errado nessa trama macabra.
Por essas e outras, cresce, na parcela da população que foi às ruas, a erosão do apoio ao golpe
Por isso Cunha e Temer têm pressa.