Temer mostrou-se fraco, inseguro, e enfrenta protestos aqui e internacionalmente

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Além dos países latino-americanos, que não reconhecem o governo provisório de Michel Temer, países do BRICS (Russia, India, China e África do Sul) devem se pronunciar nos próximos dias.

Se os membros do BRICS resolverem aprovar também uma moção de não reconhecimento, por ter sido fruto de um golpe, será um tiro fatal no governo.

A Rússia já discute a suspensão da compra de carnes do Brasil.

Se a China resolver recuar nos volumosos investimentos programados para o Brasil, entre outros, a construção dos ramais da ferrovia transoceânica, a situação vai se complicar bastante.

A repercussão negativa do golpe na imprensa internacional é devastadora.

A estréia de Temer foi um desastre. Ele, pessoalmente, mostrou-se fraco, indeciso, inseguro, liderança zero, tanto que voltou atrás várias vezes em decisões tomadas.

A extinção de ministérios e órgãos da área social, representa ínfima redução de gastos, a recepção de ministros com protestos de funcionários públicos, e as medidas anunciadas de subtração de direitos sociais, entre outras coisas, causou forte reação negativa, inclusive no campo dos apoiadores do golpe.

O ministério machista e racista dele, a nomeação de ministros de baixa qualificação para assumir pastas extremamente importantes, e de grande parte deles sendo investigado por corrupção, foi motivo de matérias desabonadoras na imprensa internacional, editoriais contundentes e sarcásticos, como, por exemplo, do New York Times e do The Guardian, desancando o golpe no Brasil.

As grandes agências de notícia internacionais acabaram forçando a Globo a dar o repórter Jorge Pontual, diretamente de Nova York, comentando o noticiário sobre o golpe.

O mercado reagiu negativamente. No mesmo dia da posse dos ministro, a bolsa caiu três pontos e o dólar disparou.

Soube que artistas estão combinando, em grupos, nas redes sociais, uma grande campanha usando os espetáculos para condenarem o golpe e a extinção do Ministério da Cultura.

Muitos estão partindo para denunciar internacionalmente o golpe juntamente com artistas de outros países.

Grafiteiros também estão se articulando nacionalmente para denunciar o golpe em murais por toda parte.

Pesquisas ainda não captaram a perda de apoio no campo de pessoas que foram às ruas de amarelo pedir o fim da corrupção. A nomeação de ministros investigados, as primeiras iniciativas do governo, e o anúncio de subtração de direitos dos trabalhadores, deixaram grande parte dos apoiadores do afastamento de Dilma com sensação de enganados. Deve crescer o apoio a novas eleições.

Os tucanos, primeiros articuladores do golpe, começam a abandonar o provisório governo. Muitos intelectuais e acadêmicos, do partido, se manifestam publicamente contra o golpe e contra governo provisório de Temer.

Enfim, se a onda que está se erguendo nas ruas ganhar força nos próximos dias e se somar à onda internacional de não reconhecimento do governo Temer, principalmente por parte dos países do BRICS, Temer pode não resistir ao cerco que se fecha em torno dele.

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