Quando você dança, a África ferve dentro de você
Há aproximadamente 160 mil anos, surgiu no continente africano o homo sapiens. De lá, os habitantes se espalharam e formaram os primeiros núcleos urbanos em várias partes do mundo.
No século XVII, escravos levados da África resistiram, não se deixaram destruir, e espalharam sua arte, sua cultura e tradições por todos os continentes. Nos séculos XX e XXI, a cultura africana ganhou mais força, passou a influenciar o mundo.
A influência mais forte vem da música. Nos EUA, os africanos nos deram o blues, o rock, o jazz, o funk e muitas outras formas de expressão.
Na América Central e Caribe, uma profusão de ritmos: salsa, mambo, merengue, reggae e outros, com Cuba comandando a festa, na batida repetitiva da percussão, na cadência de tambores pulsantes.
Na América do Sul, da mesma forma, o Brasil desponta com o samba e tantos outros ritmos enraizados, derivados e espalhados pelo vasto país, por comunidades africanas.
Essa onda percorre a Colômbia, a Venezuela, as guianas, o Peru, o Uruguai, o Paraguai, vai até a Argentina reger os passos sedutores dos casais na marcação do tango.
E não para por aí. Ligados os sentidos e os movimentos, percebe-se que a estrutura da música moderna é africana.
O mais impressionante é a preservação dos ritmos mântricos, que chacoalham o corpo sem parar, no transe, na busca da transcendência.
As raízes estão nos centros de busca de conforto espirituais, de crenças religiosas africanas. Noo rock, no blues, no mambo, no samba, no tango, lá estão os ritmos repetitivos, os mantras. Basta se deixar levar pela força.
Não é a gente que dança a música. É a música que dança a gente.