Tem cara de democracia, mas não é
Delação premiada como está sendo admitida na operação Lava-jato não pode ser considerado prova.
Estaria sendo criada uma jurisprudência perigosíssima, para a sobrevivência das garantias constitucionais e do Estado democrático de direito.
Caso seja consumada, qualquer juiz poderá acolher acusações do delator que lhe convier, para formar sua convicção, sem precisar de provas líquidas e certas como exige a lei. Ou seja, um juiz poderá caluniar, produzir falsas provas.
Com isso, o juiz passa a flanar sobre as leis e a Constituição, como um semideus.
O juiz, com as forças policiais subordinadas a seu comando, poderá fazer o que quiser? Manda prender “preventivamente”, faz-se o acordo de delação, o delator diz o que o juiz quer ouvir, se o objetivo é condenar o delatado?
Essa é a nova estrutura de poder nas sociedades periféricas, subordinadas às nações centrais, aos impérios coloniais?
A meca do judiciário das nações da América Latina agora é o Departamento de Estado dos Estados Unidos, o FBI e a CIA?
Para os grandes negócios das grandes corporações internacionais que parece estar subordinando instituições no Brasil e em outros países periféricos, ditaduras militares são coisa do passado, são atraso?
Agora as ditaduras são sofisticadas, feita por engenhocas jurídicas, de poder discricionário combinado com a mídia, que acabam se transformando num superpoder, com fachada de democracia, é isso?
Por que tanto medo de eleições diretas, de urnas e votos?
Por que tanto medo da democracia?