Os comitês populares são uma brasa, mora?

“Onde não havia mais caminhos, voamos”
Reiner Maria Rilke
A extrema direita, alçada à cena política por Aécio Neves na campanha eleitoral de 2014, e depois soldada com o eleitorado dele para ir às ruas no golpe de Estado, está se isolando cada vez mais.
 
Depois do golpe, se enveredou pelos protestos toscos com meia dúzia de gatos pingados, contra exposições de arte, palestras em universidades, brados contra “ideologia de gênero”, apanhou tanto nas redes sociais que botou o rabo entre as pernas.
 
Restaram as igrejas neopentecostais, que reverberam o discurso medieval, mas que estão em fase de declínio por causa da extorsão de fiéis por pastores picaretas, vendedores de bênçãos.
 
Por que ainda não fizeram pesquisa para aferir o esvaziamento, a olhos vistos, das igrejas nos finais de semana?
 
Tudo indica que essa gente bateu no teto e começou a descer aos infernos.
 
Segundo pesquisa do instituto Vox Populi, para 84% da população, o Brasil está sendo conduzido para o caminho errado. O governo é rejeitado por mais de 90% da população.
 
As maiores barbaridades do governo estão sendo feitas pelo Congresso corrupto, que deu o golpe de Estado.
Não fizeram ainda pesquisa para saber o nível de rejeição do atual Congresso, mas deve ser mais ou menos igual ao índice do governo.
 
Diante de tamanha derrocada, parece que a população resolveu esperar as eleições de 2018 para ir à forra. Mas será que só a eleição é suficiente, nas condições de governo de presidencialismo de coalizão?
 
É preciso olhar para o Brasil cidadão, aquele que deu grandes passos na construção da democracia, das conquistas da cidadania, que provou dos direitos, mas que infelizmente sofreu um golpe tramado pelos bandidos de sempre, aliados a estruturas internacionais, do poder econômico.
 
Evidentemente perdeu-se força de mobilização por cansaço na luta contra o gigantesco esquema montado para o golpe.
 
Mas está como brasa coberta pela cinza. Falta soprar.
 
Os comitês sugeridos por José Dirceu são uma brasa, mora?
Quem vai definir candidaturas a presidente da República e ao Congresso Nacional são as pessoas que se organizarem, debaterem e escolherem, primeiramente nos comitês ou núcleos, depois nas convenções partidárias.
 
Está na hora de arquivar as lamentações sobre o golpe.
Cada militante deve contribuir com a imprensa de resistência para se fazer o contraponto aos grupos oligárquicos financiados pelo empresariado nacional conservador e pelas empresas transnacionais.
 
O PT foi criado com núcleos de base, em plena ditadura militar. Por local de trabalho e por local de moradia.
 
Assim foram organizadas as estratégias de reivindicação de direitos e defesa da democracia.
 
Isso é feito em todas as sociedades democráticas e cidadãs do mundo.
 
É possível vencer esse debate porque há uma banda grande do país que criou consciência e experimentou direitos e a cidadania.
 
É com essa banda cidadã que o fascismo será barrado.
 
O nazismo foi vencido na Alemanha, o fascismo na Itália, na Espanha, em Portugal, em países da America Latina como o Brasil, Chile,
Argentina, e em muitos outros países.
 
Aos comitês!

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