Brasil mostra sua cara de sanatório geral

 

 

Parece que o país vive um pesadelo, um perigoso estado do ser, de onde surgem das entranhas do passado colonial violento figuras sinistras com ranger de dentes, empunhando bandeiras do atraso, esfarrapadas, num cenário econômico, social e político sombrio, em pleno século XXI, a berrar nas gambiarras das mídias eletrônicas slogans mercantilistas, ódio e vingança.

 

 

No campo político de sustentação do golpe de estado, misturados a criminosos e negociantes de mãos invisíveis, vê-se nas telas, desde religiosos malandros, jornalistas manipuladores, a políticos corruptos, magistrados, procuradores, policiais e militares, cínicos, em poses monárquicas, de gente que vive acima dos mortais, fora da lei.

 

 

Servem à manutenção da ordem ditada pelos de cima, protegem interesses de banqueiros, empresários magnatas, nacionais e estrangeiros, que se locupletam e saqueiam o país, a população, com escandalosas agiotagem, corretagem,  rapinagem das riquezas do país,  carreadas para as nações centrais.

 

Nas crises, as nações centrais sempre buscam compensações de seus prejuízos na nações periféricas, por meio dos vínculos corporativos ancestrais e seus gerentes a postos.

 

 

Um misto de gente torpe e ladina, que vive de mãos dadas com uma malta eivada de ódio de classe, mantida por fascistas em espécie de cabrestos eletrônicos nas redes sociais e na grande mídia.

 

 

Enquanto essa gente tenta manter a qualquer custo o governo de negócios e seus negociantes, o país afunda numa grave recessão econômica provocada por tecnocratas  aninhada no sistema financeiro, com suas máquinas de propaganda ideológica do neoliberalismo ligada no “Tudo pelo capital” e seus mecanismos bancários criados para a sucção de dinheiro do povo.

 

 

A política de preço dos combustíveis com aumentos em escalada nunca visto, do tucano Pedro Parente e Michel Temer, para assegurar os lucros estratosféricos de acionistas e petroleiras multinacionais é neoliberalismo puro, nas veias abertas do Brasil.

 

A repercussão é tão devastadora por atingir não só individualmente as pessoas, mas todos os setores da economia. Os estragos do golpe de estado provocados por neoliberais fundamentalistas na vida dos brasileiros são imensos, para alegria do patronato e dos rentistas que embolsam lucros extraordinários.

 

 

O congelamento dos investimentos públicos por Michel Temer, a sanha privatista de redução do estado, de liquidação do estado indutor do desenvolvimento com inclusão social, e a falta de investimentos privados levaram o Brasil a perder 8% do tamanho do seu PIB, entre 2015 e 2016.

 

 

Em 2017, os sacerdotes do neoliberalismo impuseram um pibinho de 1% e devem impor outro ainda menor em 2018, estimado em -2%, devido ao impacto da crise do petróleo e de outros fatores decorrentes do desgoverno do país. Os lucros dos negócios, da especulação financeira, atingem níveis inimagináveis.

 

 

O desemprego beira a 14 milhões de trabalhadores e deve aumentar ainda mais. A renda cai brutalmente e a concentração da riqueza no topo da pirâmide dispara. Em 2017, os 10% mais ricos concentraram 43% da massa de rendimentos do país.

 

 

O fluxo de distribuição da renda promovido pelos governos Lula e Dilma foi invertido para reconcentração no topo da pirâmide social. Esse é o sentido do golpe.

 

 

Os trabalhadores brasileiros entraram numa espiral descendente de empobrecimento, e os ricos numa espiral ascendente de enriquecimento.

 

 

A subtração de direitos provocada pela reforma trabalhista e pela lei da terceirização, além da recessão econômica, são considerados os fatores mais impactantes na perda do emprego e da renda.

 

 

O aumento de 11% da pobreza extrema, entre 2016 e 2017, num total de 14,8 milhões de pessoas, segundo pesquisa do IBGE, levou o Brasil de volta ao Mapa da Fome.

 

 

Ao mesmo tempo, depois do golpe, os bancos passaram a ostentar os maiores lucros de todos os tempos. Os quatro maiores bancos do país tiveram aumento de 21% nos lucros, em 2017.  Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander embolsaram R$ 64,9 bilhões no ano passado. As projeções para este ano indicam que os lucros podem até dobrar o índice de 2017.

 

 

No primeiro trimestre de 2018, os três maiores bancos privados do país tiveram lucro líquido de R$ 14,4 bilhões. Desse total, R$ 4,6 bilhões foram distribuídos aos acionistas.

 

 

Os mesmos fundamentalistas neoliberais que operam o governo de negócios, por dentro e por fora, meteram o Brasil numa enrascada provocando um caos econômico e social dramático para garantir maiores lucros a acionistas de empresas petroleiras nacionais e estrangeiras.

E o povo que se dane.

 

 

Impuseram uma política ortodoxa de preços dos combustíveis alinhada com o comércio internacional de petróleo e derivados e com as variações cambiais. Colocaram o país num beco sem saída. Pedro Parente e Michel Temer querem que o país se renda à política de preços dos combustíveis.

 

 

Os acionistas e as refinarias norte-americanas estão felizes com os extraordinários lucros. De janeiro a abril deste ano, o Brasil importou US$ 2,39 bilhões em óleo diesel. Um aumento de 58% sobre igual período de 2017. Em comparação ao mesmo período de 2016, o aumento foi de 235%.

 

 

 

Há suspeitas de que corretora de ações em bolsas de valores estariam por trás de muitos dos negócios na área de petróleo. Pedro Parente é originário do mercado financeiro. Pode ter lebre nessa moita.

 

 

Calcula-se que a crise do petróleo já causou em poucos dias prejuízos da ordem de mais de R$ 10 bilhões ao país. E até o momento não há notícia de que órgãos de fiscalização e controle se prontificaram a investigar as causas de tão desastrosa política pública.

 

 

O Congresso Nacional precisa instaurar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e convocar os ministros de Minas e Energia e dos Transportes, Portos e Aviação Civil, chamar o presidente da Petrobras, Pedro Parente, a darem explicações sobre a crise.

 

 

A Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União, PROCOM, deveriam sair do estado de complacência e cumprir o dever institucional de investigar as causas da crise e os prejuízos à sociedade. Mas parecem atados por liames comprometedores com o golpe de estado.

 

 

O governo vive falência múltipla dos órgãos. Parece desaparecer numa fotografia em preto e branco, no silêncio das cidades, dos motores desligados.

 

 

A greve de  caminhoneiros e petroleiros é a pá de cal no governo do golpe de estado.

 

 

O Brasil mostra sua cara de sanatório geral, com figuras delirantes nos postos de poder e nas ruas batendo panelas pela volta dos militares num cenário eleitoral totalmente imprevisível onde tudo pode acontecer.

 

 

A única certeza política que o país tem é que a grande maioria da população quer Lula Livre e, se livre, é eleito em primeiro turno. Ponto.

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