Uma das maiores fake news da história do Brasil fez 65 anos.
Há um mês, uma das maiores fake news da história do Brasil fez 65 anos.
Dia 16 de setembro de 1955, o então deputado Carlos Lacerda leu, num programa de TV, um documento político falso, intitulado “Carta Brandi”, com acusações gravíssimas contra João Goulart.
No dia seguinte, o jornal O Globo e a Tribuna da Imprensa, que faziam parte da conspiração, publicaram a tal carta na primeira página.
De posse da tal carta, Lacerda acusou Goulart de corrupção e de estar articulando com Juan Domingos Perón, então presidente da Argentina, um movimento armado, de operários rebelados, para instalar uma “República Sindicalista” no Brasil.
A carta, supostamente dirigida a João Goulart, era timbrada como se fosse da presidência da Câmara de Corrientes, cidade argentina vizinha a Uruguaiana/RS, e assinada pelo deputado argentino Antonio Jesús Brandi
Um inquérito policial-militar, instaurado em outubro do mesmo ano, comprovou tratar-se de um documento apócrifo, forjado por falsários argentinos para ser vendido aos opositores de Goulart.
João Goulart era ministro do Trabalho do governo Getúlio Vargas, e era candidato a Vice na chapa de Juscelino Kubitschek. O documento era parte da armação para impedir a posse de Juscelino.
Enquanto no Congresso o caldeirão do golpe fervia, com Carlos Lacerda fazendo a festa com suas denúncias falsas, na caserna os militares golpistas, comandados por agentes da CIA, no Brasil, preparavam o golpe civil militar consumado em 1964.
Os documentos que comprovam a participação dos Estados Unidos no golpe civil militar, no Brasil, estão registrados nos arquivos da história dos próprios Estados Unidos.