A banda podre da política brasileira será vista pelo mundo mais uma vez

Temer e Dilma

 

Os tempos mudaram, não há mais como dar golpes às escondidas. Câmeras, microfones, redes sociais, estão levando senadores, juízes, procuradores e policiais  a um nível de exposição jamais visto. Talvez não estejam dando conta disso.

O mundo está acompanhando o golpe no Brasil e produzindo farto noticiário nas grandes redes internacionais, tendo em vista o ineditismo da engenharia da conspiração envolvendo um Congresso corrupto, guardadas as devidas excessões, setores do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e da imprensa.

Os últimos editoriais, do New York Times acompanhado de uma charge em que aparece a Presidenta Dilma cercada por ratos, e do Le Mond dizendo que é “golpe ou farsa”, com denúncia contra a Rede Globo, são devastadores. Sem falar nos comentaristas de TVs e de outros jornais e revistas quase todos os dias.

A imprensa internacional que cobriu a Olimpíada Rio-2016, vista por bilhões de pessoas, não noticiou apenas as competições, mas mostrou a conspiração da banda podre da política brasileira para afastar a Presidenta Dilma, por um grupo de corruptos.

Na Olimpíada, Temer perdeu completamente o respeito das autoridades internacionais e não consegue esconder a fragilidade do governo provisório, que pode ser liquidado por uma delação premiada a qualquer momento, por ter sido presidente do PMDB por mais de 16 anos e mantido estreitas relações com Eduardo Cunha, o político mais odiado do país.

Artistas, intelectuais, acadêmicos, ativistas, produzem manifestos em várias partes do mundo contra o golpe no Brasil  .

Além do registro detalhado das ações dos conspiradores, pela imprensa brasileira não golpista e pela imprensa internacional, dois documentários estão sendo realizados com todos os passos do golpe. Tudo isso ficará na história.

A ida da Presidenta Dilma ao Senado para fazer a própria defesa trouxe a Brasília repórteres de praticamente todas as grandes agências de notícia internacionais. Ela não vai falar apenas para os senadores, mas para o Brasil e para o mundo. A coragem de Dilma está causando medo no Senado.

O número de indecisos gira em torno de oito senadores. Cristóvam Buarque disse em entrevista recente à imprensa que pode rever seu voto.

Cristóvam guarda mágoa de Lula por não tê-lo indicado, em 2009, Diretor-Geral da UNESCO, com sede em Paris. Ao invés dele, foi negociado e nomeado o egípcio Farouk Hosni.

Pode ser que Cristóvam tenha pleiteado a mesma nomeação ao interino Temer, em troca do voto pelo afastamento definitivo da Presidenta Dilma. A conferir.

Cristóvam sabe que a possível  troca do voto pelo cargo causará grande repercussão internacional e um problema político na UNESCO de dimensões inimagináveis.

Como o nível de exposição dos movimentos dos golpistas é extremo não só no Brasil, mas no mundo, alguns senadores podem estar avaliando a possibilidade de mudar o voto, principalmente se abster.

Não há mais como dar golpes por detrás das cortinas. Os tempos mudaram.

Todos os senadores vão registrar seus votos no painel, nas praças eletrônicas das redes sociais e, obviamente, na história. Serão expostos como nunca visto.

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